Conversa com Jaime Mariano Coelho (Dn 1942/10/16), no dia 2016/01/27, em Pias, relativamente ao seu percurso enquanto cantador do Grupo Coral e
Jaime Mariano Coelho nasceu em Pias, casou com 21 anos. Fez a 4.ª classe, tirou um Curso de Contabilidade por correspondência. Foi muito útil, quando o pai fez a sociedade (1967-1997).
Foi durante 2 anos elemento Suplente da Junta de Freguesia de Pias. Durante esse tempo fizeram alterações de alguns nomes de ruas, "umas com sentido, outras não", considera.
Pertenceu à Direcção do Piense Sporting Clube durante 4 épocas. (1 época na 3.º divisão nacional e 3 épocas na divisão distrital).
Tem ideia de que o Grupo Coral da Casa do Povo de Pias tivesse sido fundado em 1952 e tivesse sido extinto em 1968.
Diz que em 1974, que o Grupo Coral e Etnográfico Os Camponeses de Pias fraquejou, houve movimentação de pessoas para o Grupo Coral da Casa do Povo e foi reforçado por pessoas de Brinches. Em 1988 houve a fusão dos 2 grupos, houve quem saísse e posteriormente fizeram o Grupo "Os Ausentes".
Entrou para os camponeses em 1989. Actualmente, é reformado e ainda canta no grupo.
Não gosta de modas feitas agora, diz que há modas antigas lindíssimas. Gosta de cantigas "fortes", não gosta de cantigas "de brincadeira". Quanto ao temas de eleição são modas que falem do Alentejo, da água, do trabalho, da rosa, do cravo, do pastor, da camponesa, da emigração e exemplifica com "Ao romper da bela aurora".
Quanto à inscrição do Cante Alentejano como Património, diz "o que aconteceu com a UNESCO, foi um conseguir! Foi importante porque dá a conhecer ao mundo a realidade de um país que precisa de ser conhecido pelo seu património... temos uma Amália, o fado só se canta em Portugal, o Eusébio, os forcados e temos o Cante Alentejano. Dar a conhecer o que há cá, que é de raiz."
E continua dizendo: "O cante viveu até aqui sem UNESCO, poderá continuar a viver sem a UNESCO, mas com a UNESCO tem mais peso, mais credibilidade, mais valor. A UNESCO acrescentou valor ao cante. Reconheceu que o cante tinha valor. Reconheceu o valor ao cante. Se tem um lado mau, eu não o descobri ainda. Dá mais visibilidade. Sinto mais entusiasmo nos elementos, sinto que andam a trabalhar com mais vontade, têm mais saídas e tem vontade de conhecer outros sítios. Quem dava valor ao cante eram os próprios alentejanos, hoje sente-se que mesmo ao nível do país, a coisa modificou um pouco. Os produtos alentejanos estão mais visíveis e valorizados. Há ranchos que antes não iam a lado nenhum, a UNESCO veio dar força a esse cante, a esse valor que já existia e não era conhecido.
(Mariana Cristina Borralho | Centro de Documentação Manuel Dias Nunes/Casa do Cante)

[Registo em construção.]